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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Pirarucu fresco é bom demais!

Hoje pela primeira vez trabalhamos no restaurante com essa iguaria maravilhosa e tão difícil de se conseguir. Mas... como se faz? Fiquei na dúvida e perguntei para minha avó o que fazer. Facinho, é só tratar como qualquer peixe, lavar cozinhar e degustar... Como estou acostumada com o pirarucu salgado vendido na feira imaginava que ele tivesse que ser dessalgado também, mas não tem nada a ver uma coisa com a outra. O resultado foi maravilhoso, todos clientes adoraram e a equipe também! Fizemos o peixe assado no forno, quando ele aquece solta um odor forte que lhe é bem característco,  a cor que ele fica é uma surpresa, bem douradinho, lindo demais! Não soltou água nem quebrou, perfeito! Pra fechar o dia fiz uma receita de bolo de cenoura com  calda de chocolate, o bolo não só é uma delícia mas também tem um brilho, uma cor laranja bem bonita.

A receita pode ser feita também com o peixe cozido no própio molho, ou frito (enxutinho e passando um pouquinho de farinha de trigo pra não grudar).


 Receita
 Pirarucu fresco no leite de coco

1 kg de filé de pirarucu fresco - lavar com limão e deixar no vinho a d'alho por aprox. 1 (uma) hora (eu achei melhor cortar em postas antes de colocar pra assar por causa do tamanho)

- levar o peixe com o vinho a d'alho ao forno médio em uma forma levemente untada com azeite. Deixar o peixe ficar bem douradinho e reservar.

200ml de leite de coco
50 ml de azeite de oliva extra virgem
4 tomates cortados em tiras
1 pimentão verde em tiras
1/4 pimetão vermelho em tiras
1/4 pimentão amarelo em tiras
3 pimentinhas verdes em tiras finas
2 cebolas médias em tiras
1 cabeça de alho picado
salsa, cheiro verde e chicória a gosto picados

- Levar um terço do azeite á panela e colocar o alho, deixar dourar bem. Acrescentar a cebola, deixar ela amolecer um pouco, juntar os pimentões e a pimentinha, depois o tomate. Colocar o restante do azeite e o leite de coco, deixar ferver um pouco. Provar o sal e acrescentar as ervas frescas.

- Dispor o peixe em um refratário e colocar o molho por cima, salpiar com um pouco das ervas. 

Slow Food - ecogastronomia em casa? Por que não.

A cada dia se fala mais sobre preservação ambiental, sobre o impacto do homem na natureza  e o efeito disso em nossas vidas, esse aumento da consciência ambietal tamém gera uma procura por formas melhores de alimentação e de se aproveitar melhor os alimentos.

Culturalmente fazemos nossas compras mensais e cheias de pressa sem pensar muito no que estamos levando e muito menos no que cozinhamos diariamente, mas o ideal é priorizar alimentos regionais e que estão em sua temporada, assim comemos melhor e também ajudamos  a natureza, evitando a procura predatória por alimentos fora de época.

O Slow Food nasceu como um movimento na Itália em 1989 visando abrir os olhos da população contra os malefícios que o fast food trouxe pra nossa cultura alimentar, buscando a preservação de produtos regionais e um novo uso para esses alimentos; além de tentar resgatar um equilíbrio na cadeia de produção alimentar. A idéia se tornou uma associação internacional que tem mais de 100.000 pessoas envolvidas no mundo inteiro. Seguindo o conceito da "ecogastronomia, conjugando o prazer e a alimentação com consciência e responsabilidade, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta".

Através de degustações, palestras e campanhas tentam por exemplo fazer com que alimentos regionais sejam melhor utilizados nas cozinhas de grandes restaurantes e também levam conhecimento aos pequenos produtores para proteger alimentos tradicionais que estão em perigo de extinção (nosso pirarucu, palmito e o guaraná já estão na lista), mais ainda, "cultivam o gosto ao prazer e à qualidade de vida no dia-a-dia". Precisamos mais disso!

Vale a pena dar uma olhadinha o site deles e se inspirar da próxima vez que for escolher o que levar pra casa. http://www.slowfoodbrasil.com/